sábado, 3 de maio de 2008

Imposto para beneficiar os feios?

Estou de volta, finalmente!
Boa noite!


É, amigos, triste vida a minha. Depois de tanto tempo sem postar, aqui estou eu, em pleno sábado à noite, escrevendo e ouvindo Elba Ramalho. E isso não é o pior; o péssimo é estar em casa no fim de semana, e ainda com o maior clima de nostalgia e a maior carência. Querem mais? Tenho, no mínimo, dois mega trabalhos para fazer. E estou gripada. Podem sentir pena de mim. Preciso.

Mas chega de lamentações, já que, afinal, não é esse o objetivo (pelo menos o principal) do meu blog.
Senti vontade de escrever sobre uma matéria de uma revista, com um tema, digamos, polêmico.
Estava eu a ler a revista Superinteressante do mês de abril, justamente na parte do "Superpapo", quando me deparo com Gonzalo Otálora, um JORNALISTA, escritor, produtor de TV, e sei lá quantas coisas mais ele é, tentando defender os "feios e horrorosos".
Entre as várias coisas ditas, ele afirma que "a minoria mais sofrida e discriminada são as pessoas desprovidas de beleza", isso em todos os aspectos, desde empregos a relacionamentos pessoais.
Ele mesmo disse que passa por isso, e sentiu muito mais quando era jovem (detalhe: não achei o cara feio, pelo menos não atualmente).
Mas, enfim, o que eu achei mais incrível foi a sugestão dada por ele. Preparem-se: palavras chocantes virão.
O cara sugeriu na sua autobiografia a criação de um imposto para beneficiar os feios!!! Vocês viram direito, imposto para beneficiar os feios! Ele argumenta que os "feios" são menos favorecidos socialmente, como eu disse anteriormente.
Ok, vamos analisar a sua sugestão.
Primeiro, o que mais me deixa abismada é ele ser um jornalista. Peraê, ele não estudou Estética? Que parâmetros existem para classificarmos alguém de feio ou bonito? Se 1.000.000.000 de pessoas disserem que alguém é feio e 1 disser que é lindo, por que a maioria estaria certa? Isso simplesmente não existe. Não só com relação à beleza, mas a gostos em geral. Não existem coisas boas ou ruins, bonitas ou feias, universalmente. O que há são coisas mais ou menos elaboradas, complexas (com relação a músicas, por exemplo) e gostos diferentes! Tudo é relativo!
É lógico que eu não vou ser hipócrita e dizer que não existem padrões de beleza que fazem com que certas pessoas "diferentes" sejam discriminadas. Infelizmente, isso existe. Otálora também toca nesse ponto, quando afirma que acha "degradante expor um setor minoritário da população como símbolo de beleza". Com isso eu concordo, mas, desafortunadamente, é uma coisa difícil de mudar.
Voltando à questão do imposto, ele disse que o parâmetro para o pagamento seria uma foto dele quando adolescente. Se a pessoa fosse mais feia, ok, safava-se. Se fosse mais bonita, pagava. Certo, mas quem teria o poder de dizer quem era ou não mais bonito?
Ah, pelo amor de Deus! O cara pode ser uma aberração para mim e ser um príncipe para minha melhor amiga!
Na verdade, ele diz que essa idéia é mais para chamar a atenção através do humor para falar de coisas sérias, como desfiles de moda, que provocam a padronização de uma beleza praticamente impossível de se alcançar pela maioria da população.
Mas, faça-me o favor! Vá procurar coisa melhor para fazer, ao invés de ter coragem de divulgar essas inutilidades! Já sei, reler os conceitos dos estetas! Só podia ser argentino mesmo!
Fica a idéia.




Bom fim de semana, pessoal.
Fico com a companhia de Elbinha e Zé Ramalho.




Beijos,
Luminosidade.