sábado, 18 de outubro de 2008

"Sonho Tcheco"

Boa tarde, companheiros sofredores!
Resolvi postar hoje um trabalho que eu fiz para a disciplina Estética, uma resenha crítica de um filme.
Como quando eu fui ler outras críticas só as achei em blogs, resolvi dar mais uma ajudinha a quem for fazer uma próxima vez!
Boa leitura.



No universo de filmes incrivelmente interessantes e criativos, apresento-lhes uma visão de mais uma produção que está contida nesse espaço, cujo nome é “Sonho Tcheco” (2003), obra resultante do projeto final de graduação de dois estudantes de cinema da República Tcheca, que, inicialmente, diziam não saber o porquê dessa idéia.
O filme de Vít Klusák e Filip Remunda é, na verdade, o roteiro da criação de um hipermercado fictício. A idéia era proporcionar toda uma construção publicitária completa para convencer a população tcheca de que comprar naquele hipermercado seria a solução de suas vidas; tinha, inclusive, hora e dia marcados para a inauguração. Para isso, os quase-cineastas conseguiram envolver as maiores empresas de publicidade e de comunicações do país, além de toda uma equipe para construir suas próprias imagens de proprietários de negócios.
Alguns envolvidos nesse “processo mentiroso” não aceitaram a experiência de enganar pessoas por acharem que aquilo era falso e manipulador, chegando ao ponto de dizer que, se cineastas mentem, publicitários não o fazem. Pura hipocrisia, em minha opinião. A publicidade tende a persuadir as pessoas, muitas vezes “omitindo” aspectos do verdadeiro.
Óbvio que o objetivo dos criadores era ver até onde a mentira conseguiria chegar, até onde as pessoas acreditam no que vêem e escutam, e qual seria a reação da mídia e do público ao descobrirem que tinham sido ludibriados. Provavelmente, outro objetivo dos estudantes era testar o poder que a publicidade exerce sobre as pessoas, além de tocar no ponto do consumismo irrefreável, já que as pessoas sujeitam-se a horas nas filas para comprar produtos que muitas vezes são supérfluos. Entretanto, o filme pode levar a análises sob outras óticas, principalmente depois de assistirmos ao resultado dessa experiência de brincar com a verdade e a mentira.

Como já era de se esperar, a reação geral do público não foi muito amigável. As principais sensações avaliadas foram revolta, ofensa, ódio, tudo intercalado de risos de deboche. Afinal, quem gosta de ser enganado? Os jovens produtores sofreram ameaças de processos, foram xingados de trapaceiros e coisas piores.
Palavras dos próprios enganados podem ilustrar melhor a situação: “O país inteiro é uma grande fraude; pessoas enganadas assim é ultrajante! É uma boa piada, queriam ver quantos caíam nela”; “É uma ilusão; esse dia ficará marcado”; “Somos tratados como um bando de gado tcheco”. Mesmo parecendo algo impossível, alguns outros afirmavam já esperar por aquilo, pois nenhum hipermercado venderia produtos àqueles preços. O curioso é que a publicidade do suposto hipermercado fez uso de uma “psicologia invertida”, usando slogans como “Não venha” e “Não gaste seu dinheiro”. Irônico.
Diante desse quadro de indignação, é possível fazermos algumas reflexões a respeito da “moral do filme”. As coisas ao nosso redor estão tão misturadas entre verdades e mentiras, real e ilusório, que quase ninguém consegue mais distinguir a diferença entre eles. O mundo ilusório, que tende sempre mais a fazer parte do mundo em que vivemos, é uma teia que envolve cada vez mais pessoas, de forma a não deixar que elas encontrem o caminho do real. A linha entre essa antítese é muito tênue, imperceptível até.
Como visto, para criar um mundo falso não é muito difícil, em termos. Basta construir uma imagem, à base de muita persuasão, que pareça suficientemente concreta do objeto desejado. Pronto. As pessoas adentram na idéia de maneira rápida e fácil.
Se alguém no filme tivesse senso crítico suficiente perceberia que é isso que está acontecendo ao nosso redor; as construções de simulacros são constantes. No caso do filme, com a publicidade, mas o quadro é geral, em todos os aspectos; na arte e na vida. É como se as pessoas fossem adestradas a acreditar em tudo ao seu redor, seja verdadeiro ou não.

Outra questão é: os cineastas estão no direito de enganar pessoas? Merecem ser processados? É uma questão delicada. Não que devamos aplaudir atos como esse, mas acontece que todos estão sendo enganados freqüentemente, o que eles fizeram, apenas, foi assumir suas responsabilidades. Fica a reflexão para cada um. Para os tchecos, a lição é: nunca acredite em cineastas. Será?
Mesmo eu não sendo do tipo que espera horas na fila esperando alguma coisa abrir para o público, admito que, em outras circunstâncias, cairia nessa encenação. No entanto, são críticas como essa que nos fazem pensar duas vezes antes de acreditar em qualquer coisa.
O filme pode parecer para alguns um “teste de imbecilidade”, mas todos estão sujeitos a cair nessa armadilha. Portanto, não são os tchecos os facilmente manipuláveis, mas todos nós. A idéia do filme é simplesmente genial.

Bom fim de semana!

Beijos, Luminosidade.



domingo, 5 de outubro de 2008

Voto.

Olá!
Domingo, 5 de Outubro de 2008.
Dia do meu primeiro voto.
Já votei, estou emocionada. Juro.
Mas esse ato fez-me refletir sobre algumas coisas.
Por que diabos votar é obrigatório?
No caminho até o meu local de votação, enfrentando mais de 1 hora de trânsito (isso porque eu moro bem perto do lugar), fora as filas para votar propriamente ditas. Para quem só vota por obrigação, não deve ser lá muito agradável.
Qual o estímulo que as pessoas têm para votar em candidatos com currículos como os que têm hoje em dia? Provavelmente, nenhum.
Os que apóiam a obrigatoriedade afirmam que isso nada mais é do que um exercício do nosso direito à democracia.
Mas, calma aí, que democracia mesmo? Não creio que vivemos em um país democrático, e isso já foi motivo de diversas discussões em aulas de Sociologia. Não só pelo voto, mas por diversos fatores. Alguém já se perguntou se, por acaso, quisesse mudar alguma lei por aqui, como faria isso? Não que eu entenda 100% disso, mas sei que esse alguém teria que coletar milhares de assinaturas, e essa mudança teria que passar por diversos poderosos com interesses próprios até ser aprovada. Creio que no meio desse caminho nossa tão louvável democracia se perde.
Ademais, voltando ao nosso estimado voto, desde quando obrigar alguém a fazer algo é ser democrático?
Estranho conceito esse de democracia.
Após essas reflexões, concluí que eu sou contra à obrigatoriedade do voto.
Mas, de forma obrigatória ou não, alguém tem que ser eleito. Infelizmente, nas circunstâncias atuais.
Que vença quem seja mais capaz, de maneiras legais ou ilegais. É a realidade.
E que Deus nos acuda. Cada vez mais.





Beijos dominicais,
Luminosidade.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Nada demais.

Boa noite, amigos!
Mais uma vez, cá estou eu com aquela velha companhia chamada "vontade de escrever". Puro ócio.
Resolvi também mudar a cara do blog, simplesmente cansei de tudo verde, apesar de ser minha cor preferida, até porque as coisas não são verdes sempre, nem tampouco cor-de-rosa. Enfim. Ao que interessa (ou não).
Inicialmente, pensei em escrever sobre umas matérias que eu ando lendo sobre alimentação e afins. Eu juro que me considero da geração saúde, estou sempre de regime e fazendo exercícios como uma louca, apesar de nem sempre funcionar, diga-se de passagem. As matérias que citarei saíram na Superinteressante, uma na edição deste mês, outra na do mês passado.
A primeira especulava sobre qual seria nosso comportamento se não engordássemos. O resultado, acreditem, não seria nada bom. Deixaríamos de comer as únicas poucas coisas saudáveis e naturais que nos restam, e passaríamos a ingerir mais porcarias do que nunca. Resultado: destruição em massa dos nossos órgãos vitais, pele e cabelo horrendos, e coisas desse tipo. Eu mesma, tenho certeza, adoraria comer doces 8 vezes por dia. Pena que isso seja irreal.
A outra matéria é, na verdade, uma entrevista com uma jornalista inglesa, se a minha memória não falha. O que ela acredita é que a quantidade de pessoas gordas e obesas é tão grande porque praticamente todos os "alimentos" têm algum tipo de gordura ou açúcar, mesmo a mais inocente barra de cereais. Os processos industriais pelos quais passam esses produtos acabam por extrair os mínimos nutrientes que eles poderiam nos oferecer, restando-nos, apenas, as nossas velhas calorias. Como se não bastasse, esses produtos industrializados saciam muito menos que os naturais, o que ocasiona rapidamente uma sensação de fome, e, logo, uma maior ingestão de produtos calóricos. Com a redução da prática de exercícios físicos, a coisa piora 10 vezes mais.
Pois é, também fiquei muito decepcionada. O que é saudável, afinal? Ora bolas. Isso me estressa.

O engraçado é que eu decidi não falar sobre isso na postagem de hoje.
Bateu-me uma súbita vontade de escrever sobre as superstições. E, curioso, porque minha pulseira do Senhor do Bonfim pocou, depois de alguns anos agarrada em meu pulso.
Vim aqui só para deixar meu parecer sobre isso, acabei falando (escrevendo) demais. Eu sempre me empolgo.
Bom, acabei descobrindo que as superstições existem desde que o homem é homem. Não me perguntem em que escala da evolução animal, por favor.
Com números, pessoas, imagens, objetos, atos. Sempre há alguma coisa para nos apegar em casos de extrema urgência. Mas existe aquela velha polêmica: são as superstições mais uma forma de desvio de problemas do dia-a-dia, ou uma forma de apego emocional, ou unicamente a necessidade de acreditar em algo sobrenatural?
Creio que é um pouco de tudo. Uns saciam-se com a religião, outros precisam de algo que acreditam ser mais concreto, palpável. Nunca se sabe. Superstição também não se deve discutir. Todos têm suas crenças, por mais sutis que sejam.
Mas, por via das dúvidas, não passem por baixo de uma escada.





Ah, Feliz Aniversário, Mãe!



Beijos, Luminosidade.