terça-feira, 8 de abril de 2008

Que voltem os revisores! E os bons jornalistas também!

Boa noite!


Infelizmente é um fato que o jornalismo em Alagoas nunca foi uma referência nacional. Talvez pela falta de recursos, ou pela sobrecarga dos jornalistas, talvez pela má qualidade da preparação dos profissionais. Sendo mais específica, ler um jornal local impresso hoje em dia me incomoda.
Não me agrada criticar o trabalho de ninguém, muito menos dos meus companheiros de profissão, mas certas coisas simplesmente não passam em branco. A quantidade de erros de digitação, de pontuação, e até mesmo de falta de palavras que acabam com o sentido da frase é impressionante. Não existe um jornal sequer que possua pelo menos 90% do conteúdo como deveria ser, em se tratando da escrita.
Como atualmente o jornalista é multiuso, é uma verdade que cabe a ele fazer tudo dentro da redação: colher a pauta, escrever, revisar. É claro que é muita coisa para se fazer visando à perfeição, mas a delicadeza e a cautela ao escrever são necessárias. Se não existem mais os revisores para auxiliá-los, que os jornalistas sejam competentes o suficiente para fazer um trabalho de muito boa qualidade. É isso que a população merece.
Ao ler o jornal Tribuna Independente numa sexta-feira, dia 14 de março de 2008, deparei-me com a seguinte notícia: “PAC é vacina contra crise nos EUA e propulsor do PIB, diz Rousseff”. Uma matéria jornalística com conteúdo necessário e apropriado, importante no âmbito nacional, sem maiores glórias ou obscuridades, à exceção de alguns problemas que eu considero sérios. Sem contar com o lapso de uma vírgula essencial, as duas últimas transcrições das falas da ministra da Casa Civil apresentam graves erros. A penúltima contou com um erro de concordância verbal, e a última simplesmente não faz sentido, está incompleta. Agora imaginem se essa fosse nossa única fonte de informação, como entenderíamos o que está se passando? É uma pergunta que todos os jornalistas deveriam fazer a si mesmos.
Isso vale com relação à apuração de informações também, como ressaltou em seu blog meu colega de curso Arthur. Cada veículo de comunicação traz uma matéria diferente, com informações que não batem. E aí, como a gente vai saber quem está certo? A população acredita em tudo que aparece nos jornais e na TV; mas se cada um diz uma coisa, em quem acreditar? E aqueles que só têm uma fonte de informação, como ficam? Informados? Ou enganados?
Difícil, muito difícil.
Todos nós estamos sujeitos a errar, mas devemos evitar esses erros ao máximo, de acordo com nossas possibilidades. A sociedade merece um jornalismo de qualidade, em todas as áreas, e cabe a nós, jornalistas, fazê-lo.



Grande beijo,
Luminosidade.

3 comentários:

Juliana dos Anjos disse...

Apoiado, companheira! Concordo demais... :D Fico de cara, escreves bem demais, poxa. Beijinhos :*

Anônimo disse...

pautar, apurar, redigir, revisar, editar, [ah, meu deus], na era do jornalismo imediato, do 'enxugamento' das redações é tarefa para super-jornalistas. hoje, a figura do revisor é praticamente extinta das redações de jornalismo on-line, por exemplo. ser/ter ter olho crítico para um texto de sua próproa autoria não é tarefa das menos árduas para ninguém.

o cuidado e requinte com a informação, confronta com o o chamado 'fetiche da velocidade' [nome de um livro, que trata sobre o assunto, da jornalista sylvia moretzsohn], que alguns jornalistas possuem. informação mal apurada é fatal na construção de um jornalismo de qualidade. é preciso mais trato!

quanto aos jornais locais, como qualquer veículo de informação, merece um crivo. acredite: existe coisa boa a ser lida, é só procurar com atenção.

e se me permite uma dica: as colunas veiculadas, diariamente, na gazeta de alagoas, são um bom exemplo de 'como se informar' de forma simples, objetiva, como deve ser o bom jornalismo. se ler alguns textos, com um olhar cuidadoso, perceberá a sutileza com que são escritos. meus 'achismos'... :)

beijo de jornalista!

p.s: parabéns pelo texto, exala atenção e perspicácia. :)

Kari disse...

Achei o teu blog por acasa, mas não foi por acaso que segui a leitura até o fim. Gostei da forma que escreves e do tema tratado. Sou estudante de jornalismo e moro em Recife. Os jornais locais não me atraem muito por inúmeros motivos. O jornal já sai da gráfica completamente pago. Pago pelos anúncios publicitários. Se o jornalista escreve uma matéria interessante, mas, no meio da tarde, uma empresa compra aquela página, o texto jornalísto acaba sendo cortado para o anúncio caber no espaço comprado. Ou seja, a informação fica para segundo plano, e o texto é cortado para caber no espaço, não interessando se ficou sem sentido ou não.
É realmente uma pena que o jornalismo esteja tão "jogado" utimamente....

Abraços!