sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Êxtases carnavalescas.

Boa noite, leitores!


Volto hoje a escrever como alguém menos literário, mais realista, mais ponderado, menos sentimental, acredito eu.
Inspirei-me sobre esse assunto ao ler os desabafos de minha companheira Larissa Lima, que vem fazendo o mesmo que eu ao escrever o que tem vontade de gritar.
Enfim, ao assunto!


Várias coisas que permeiam o carnaval me chamam a atenção. Primeiro, de onde surgiram esses dias de comemoração? Por que a data é móvel? Como é calculada? Que outros países comemoram o carnaval? E, mais ainda, por que o Brasil leva isso tão a sério?


Por partes.


Pesquisando por aí, encontrei na revista Superinteressante de fevereiro de 1995 a explicação mais plausível para o acontecimento.
A festa é uma mistura de explosões de calor de diversos lugares do mundo. Segundo a revista, o carnaval surgiu no Egito, passou por Grécia e Roma, passeou pelos ritmos africanos, até se espalhar pelo resto do mundo, ganhando sua cara em cada nação. E, lógico, ganhou a intervenção da Igreja Católica, que, no século VI, "adotou essas festas libertárias, que invertiam a ordem do cotidiano, para domesticá-las". Como a Quaresma era um período de total abstinência de carne para os clérigos, a Igreja decidiu resumir as festas em 4 dias para saciar sua necessidade carnal. Daí vem o nome que conhecemos hoje.


Explanada a origem dessa data tão aguardada, entenderemos, ou tentaremos não nos perder em, como possivelmente ela é calculada. O mistério foi desvendado (ou falsificado) no site http://www.perguntascretinas.com.br/, que explica que o carnaval ocorre sempre sete domingos antes do domingo de Páscoa. Obviamente, é necessário entender quando a Páscoa ocorre, já que ela também não tem data fixa. Para descobrir em que dia ela ocorrerá, simplesmente deveremos observar "o primeiro domingo de lua cheia após o dia 21 de março, época em que ocorre o equinócio de março e, consequentemente, a mudança da estação. O equinócio é o ponto da órbita da Terra em que se registra uma igual duração do dia e da noite". Só para constar, esse fenômeno ocorre nos dias 21 de março e 23 de setembro. Entenderam? Mais ou menos assim.


Sim, outros países comemoram o carnaval, mas cada um a seu modo, claro. Assim como cada um tem sua cultura, tem também seu carnaval. Essa festa chegou ao Brasil no século XVII, imaginem, e chegou exigindo importância. E conseguiu. Como conseguiu!
As pessoas admitiram que o ano só começa verdadeiramente depois do carnaval. Tudo vem depois do carnaval. Tudo gira em torno do carnaval. Não tenha o que comer, mas passe bem o carnaval! Tudo pode, e deve, acontecer no carnaval! Embriaguez e insanidade? Lindo! Herpes, AIDS e altas taxas de natalidade? Há coisa melhor? O mundo para (o acento diferencial era essencial aqui!) para o Brasil, especificamente, no carnaval! Assim como nas Copas do Mundo, nas Olimpíadas e coisas do tipo. Em quantas datas mais o Brasil vai congelar os problemas ao seu redor? A fome, a violência, os desastres não esperam pelo axé da Bahia, o frevo de Olinda, o samba da Sapucaí!


Não encontrei melhor expressão para definir o que ocorre com as pessoas à época do carnaval. Êxtases carnavalescas.


E, SIM, eu amo o carnaval!
E que o Brasil só tome consciência, se um dia tomar, de que dá importância demais a essa festa quando eu conhecer todos os carnavais! Sem dúvida!





Beijos depressivos de fim de perdição,
Luminosidade.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

"A vila".

Cada vez fica mais claro para mim o quão é necessário às pessoas fugir de sua realidade lancinante. Aquela que realmente doi (sim, aprendi uma das novas regras), que faz com que imploremos pela fuga, que cria a necessidade de um ambiente hermeticamente fechado aos pesadelos terrenos.

E, é claro, tenho consciência de que esse assunto está saturado neste espaço, que todos entenderam meu ponto de vista.
Mas quero falar. Quero grudar minhas idéias tal como chiclete, e quero que mastiguem-nas e vejam que sabor elas têm.

Muitos acreditam que não há uma forma de escapar do que estamos fadados a aguentar. É a teoria mais plausível, temos de convir.
Entretanto, há quem encontre uma forma de enganar a si mesmo, de enganar as gerações posteriores, de tentar bloquear o verdadeiro, logo, o negativo.
"Sim, nós podemos".

Mentindo.

É a mentira a salvadora da pátria, por mais irônico que pareça.
É ela o invólucro do perfeito. Ao contar uma mentira criamos um mundo no qual queremos viver, e que os outros vivam também. Isso vale para qualquer dimensão dela. Não importa quem estamos enganando, nós ou os outros, mas o mentiroso sempre pensa no melhor para todos. É o que ele precisa acreditar.
Porque depois da mentira vem o fardo.
E o fardo é, talvez, mais pesado que a realidade devastadora.



Resta ao mentiroso escolher entre o real dilacerador e o mundo dos sonhos. Entre "a insustentável leveza do ser" e a eterna culpa.
É o que fazemos todos os dias.
Conscientes ou não.




Boa noite,
bem-vindos à vida!



Luminosidade.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Reflexões.

Vejo-me dividida entre exaltações e lamentos.
Tento ruminar, isso mesmo, ruminar, a falsa conformidade que insiste em martelar a minha cabeça. Claro, eu deveria aceitar.
Mais, exibir meu êxtase em contentamento. Não poderia pedir mais.
Ou poderia. Posso. Peço. Até quando? Sempre. Por quê? A vida nunca é o que esperamos que seja.


Divido meu riso com meu choro. Uma foto provoca acelerações cardíacas, ânsia de vômito, arrepios de insatisfação, sofrimento; exibe "alguéns" na mais perfeita cumplicidade de almas, desperta sentimentos pecaminosos. Devolve vida, enfim, à certeza do insuficiente eterno.


Órgãos comprimidos, pressionados pela tristeza do incompleto. Isso mudará? O tempo, até então, faz questão de afirmar que não. Nunca.


Enquanto isso, disparos. Aqui, no mundo. Mortes.
E lá se vão mais "alguéns" com suas esperanças evaporadas pela insensibilidade. Do homem, do tempo, da vida.


E choros. De nascimentos. De chegar a um mundo onde desejos nunca serão completos. Um mundo de aspirações e de poucas realizações.


Só quero poder compreender. E aceitar. Aceitar o que a vida pode me dar. E gritar. Gritar quando não aguentar mais.






Luminosidade.