domingo, 15 de fevereiro de 2009

"A vila".

Cada vez fica mais claro para mim o quão é necessário às pessoas fugir de sua realidade lancinante. Aquela que realmente doi (sim, aprendi uma das novas regras), que faz com que imploremos pela fuga, que cria a necessidade de um ambiente hermeticamente fechado aos pesadelos terrenos.

E, é claro, tenho consciência de que esse assunto está saturado neste espaço, que todos entenderam meu ponto de vista.
Mas quero falar. Quero grudar minhas idéias tal como chiclete, e quero que mastiguem-nas e vejam que sabor elas têm.

Muitos acreditam que não há uma forma de escapar do que estamos fadados a aguentar. É a teoria mais plausível, temos de convir.
Entretanto, há quem encontre uma forma de enganar a si mesmo, de enganar as gerações posteriores, de tentar bloquear o verdadeiro, logo, o negativo.
"Sim, nós podemos".

Mentindo.

É a mentira a salvadora da pátria, por mais irônico que pareça.
É ela o invólucro do perfeito. Ao contar uma mentira criamos um mundo no qual queremos viver, e que os outros vivam também. Isso vale para qualquer dimensão dela. Não importa quem estamos enganando, nós ou os outros, mas o mentiroso sempre pensa no melhor para todos. É o que ele precisa acreditar.
Porque depois da mentira vem o fardo.
E o fardo é, talvez, mais pesado que a realidade devastadora.



Resta ao mentiroso escolher entre o real dilacerador e o mundo dos sonhos. Entre "a insustentável leveza do ser" e a eterna culpa.
É o que fazemos todos os dias.
Conscientes ou não.




Boa noite,
bem-vindos à vida!



Luminosidade.

2 comentários:

Laís disse...

O que me doi é o dói sem acento =/

E eu sempre pensei mesmo que a mentira movesse o mundo, mas daí eu pensava que estava mentindo pra mim mesma e que tudo era lindo. Menti, no fim.

Igor;20 disse...

E esse texto seria uma mentira?
Abraços.