terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Patologias.

Ok, eu não deveria estar escrevendo neste momento.
Ou melhor, deveria, mas não as inutilidades que estou prestes a falar.
Deveria, na verdade, estar escrevendo minhas matérias do estágio.
Ops! Eu já cumpri minha pauta de hoje!
Estou liberada.

Como eu sempre pude atestar, minha frequência de postagens nas férias é muito maior do que aquela nos períodos de aulas e trabalhos.
Sim, eu estou de férias. Por enquanto, só da Ufal, mas estarei completamente livre de obrigações daqui a alguns dias.
Não consigo expressar meu alívio e felicidade.

Enfim, deixemos minha imaginação fluir.

Alguém já parou para pensar o quanto reclamamos? De tudo.
Do sol, da chuva. Do calor, do frio. Da fome, da saciedade exagerada. Do ódio, do amor. E de infinitos outros antagonismos.

Com certeza, a maioria das pessoas tem consciência de que reclama demais da vida. "Poxa, Fulano sofre tanto. Como posso reclamar da minha vida quando eu tenho muito mais do que eu preciso?".
É assim que eu penso, pelo menos.
E tento reclamar ao mínimo.
Mas, só de pensar que eu não posso reclamar, eu já reclamei anteriormente. Compreendem meu raciocínio?
Inconscientemente, ou nem tanto, eu já estou reclamando.
É incrível o quanto encontramos motivos para reclamar.
É quase uma doença, se não o é!

Agora, sejamos honestos.
Como é bom reclamar.
Como é prazeroso jogar a culpa nos outros, tentar nos livrar nos nossos problemas.
Tudo bem que depois vem a conta, a consciência bate na porta, cai a ficha, aquela ficha que nos obrigada a encarar a realidade.
Aquela ficha que nos mostra que, de fato, não há do que reclamar, na maioria das vezes.
A reclamação é quase um passatempo.
Não temos o que fazer, vamos reclamar.
Adorável.

Mas sabem que reclamar às vezes dá certo?
De tanto a gente se queixar de uma situação, aquela velha força superior transforma isso para nós.
Foi por isso que eu me inspirei hoje.
Reclamei, reclamei, e aqui estou eu. E daqui a pouco vou para casa.

Até a próxima!




Carinhosamente,
Luminosidade.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Novos dias?

Hello, everybody.
I am back.
Ok, saudades de falar em Inglês.

Enfim, algo me fez voltar.
Aquelas inspirações repentinas, que vêm bem esporadicamente devido às obrigações diárias.
Quando um jornalista só escreve por obrigação, acabou sua vida. Por isso não tenho estado presente por algum tempo, porque prefiro esperar "aquela" vontade chegar.

Pois é, fim do ano se aproximando, época de fazer os balanços habituais.
O que fizemos de bom durante o ano?
Conseguimos cumprir as nossas promessas?
Trancamos a boca? Perdoamos as pessoas? Nunca mais bebemos na vida?
São tantos os desejos, tantos pedidos...

O que eu acho incrível é a aura que o fim do ano tem, do tipo que transforma a cabeça das pessoas.
Todo mundo se contagia, todo mundo quer drásticas mudanças na vida.
Mas ninguém repara que é apenas mais um dia após o outro.
De 31 a 1, mais um mês virado.
Só isso.

Eu sou a primeira a apostar todas as minhas forças no ano que vai chegar.
É incrível como a gente planeja um ano inteiro só durante alguns dias.
E é incrível como a gente quase nunca alcança tudo que a gente almeja.
Às vezes, por esquecimento, desvio de objetivos.
Às vezes, porque simplesmente as coisas não mudam de um dia para o outro.
Simples assim.

Aliás, por que as pessoas piram em ocasiões festivas?
Do nada, no Carnaval, quem era o mais comportado dos seres humanos passa a ser a mais pervertida criatura do planeta, por exemplo.
Como assim?
O que esses dias fazem com as pessoas? Que tipo de droga é borrifada no ambiente?
Acho bem exótico.
E bem curioso o fato de as pessoas serem surpreendentemente flexíveis, quase voláteis.

A natureza humana é digna dos muitos estudos e especulações que a rodeiam.

Que venha mais um ano, então.
E eu juro que estarei na beira da praia pedindo tudo que eu consigo e prometendo tudo que é impossível de cumprir.







Boa noite,
Luminosidade.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Brumas nebulosas.

Olá.
Voltei, ainda meio sonolenta.
Publico aqui uma espécie de tradução, uma matéria publicada em um jornal impresso transformada, por mim, em Jornalismo Literário. Ou quase.


Os dias que se vão na rapidez das águas que evaporam dos oceanos trazem consigo acontecimentos corriqueiros. Viver é aguardá-los, presenciá-los, ruminá-los ou driblá-los. Surpresas, obviamente impensáveis, são o tempero que tornam a vida árdua de se viver. E é esse tempero que dá a graça de que a história precisa para ser contada.
Longo dia de trabalho. Lar. Repouso. Novo dia. Café da manhã em família. Consulta da agenda de compromissos. Ao trabalho. Rotina. Rotina?
Crianças morrem a esmo neste lugar, tão belo por fora, tão podre por dentro. Falta de alimentação, de saúde, de estrutura, de cuidados. Resolver tais problemas é fundamental para o crescimento de qualquer república. Os pequenos deveriam ser o futuro. Mas eles só declinam. Há quem acredite na solução.
Quarta-feira, 17 de junho de 2009. Cada passo marcado é concretizado, como a marcha dos soldados de um exército. O próximo é de interesse universal. Crianças para mudar o mundo. A mortalidade infantil deve ser erradicada em Alagoas. Enquanto não o é, vamos reduzi-la.
Governador, assessor, secretário estadual de saúde, piloto. A caminho de seu destino final, tripulantes do helicóptero do Estado, um Long Ranger azul, continuavam com suas atividades. Até que o inesperado (surpresa!) muda o curso do dia. O tempo, subordinado à instabilidade das moléculas da água, prega uma peça nos que dele dependem. E o pouso é forçado a mudar de lugar. Santana do Ipanema, Alagoas, é trocada por Bom Conselho, Pernambuco. E o que era para ser um discurso matinal virou um dia inteiro de receios e especulações.
Susto? Dizem que não. Um pouso, apesar de não aguardado, tranquilo, seguro. Assim como o último trecho, percorrido de carro. Surpresas que não afetaram o objetivo da causa. Missão, pelo menos verbal, cumprida.
E as brumas nebulosas que os fizeram desviar da rota e descer, agora ultrapassadas, comprovam que obstáculos sempre existirão, mas, para os que querem, há uma chance.

Boa noite,

Luminosidade.


sexta-feira, 3 de julho de 2009

Divagações.

E as chuvas de junho trazem de volta o que havia sido soterrado no inverno passado...

Permitir que a correnteza leve de volta a água, seguindo seu ciclo natural?

Ou deixar que o solo absorva e faça florescer as sementes plantadas em um dia esquecido?

Talvez aguardar a ação inesperada da natureza, capaz de usar sua fúria ou calmaria para transformar vidas.

O que vai ser?

terça-feira, 2 de junho de 2009

Resistência.

Resistência – A história de uma mulher que desafiou Hitler, como o próprio título já sugere, conta a saga de uma mulher e seus companheiros que participaram ativamente de um grupo contra o mais cruel ditador da História. A obra consiste em um diário minucioso de Agnés Humbert sobre os dias mais intensos vivenciados pela historiadora de arte e etnógrafa.

Nascida em 1894, em Dieppe, França, Agnés trabalhava no Museu Nacional de Artes e Tradições Populares, em Paris, quando seu país foi invadido pelos soldados do Terceiro Reich. Indignada com a ocupação e com as atrocidades cometidas por Adolf Hitler, ela põe para fora toda a coragem possível que a alimenta e se junta com antigos amigos para criar seu próprio grupo de resistência. Idênticos em pensamentos e ideais, tais amigos tornaram-se símbolos do primeiro e talvez do mais significativo movimento da França na Segunda Guerra Mundial.

Em se tratando da história do grupo, o que torna essas pessoas tão significativas é a magnitude de suas personalidades, de sua força de vontade. Todos os membros tinham plena consciência de que um dia seriam descobertos por suas ações ousadas e descaradas, e continuaram seu “trabalho”, tendo sempre em vista a libertação de seu amado país. O forte nacionalismo presente em cada um moveu suas ações do começo ao fim, e, por serem pessoas imensamente cultas e bem relacionadas, sua proposta não tardou a se espalhar como fogo em um rastro de pólvora por todo o país.

Desafortunadamente, um traidor infiltrado em seu grupo fez com que a maioria de seus companheiros fossem presos e severamente punidos. Entretanto, o que essas prisões e mortes não conseguiram destruir foram sentimentos de revolta e de sede de mudança, ideias essas já dissimuladas pelos jornais montados e distribuídos pelo grupo.

Entretanto, de tantas admiráveis ações relatadas no livro citado, a mais significativa, sem sombra de dúvidas, remete à própria autora. Estando presa por diversos meses na França antes de ser condenada a cinco anos de trabalhos forçados na Alemanha, Agnés não se deixou sucumbir pelos constantes maus-tratos que sofria ao longo de todas as prisões pelas quais passava, à exceção de um ou dois casos, já trabalhando como escrava, quando ela acreditou que seu corpo não mais tinha forças para continuar. Mesmo com todas as dificuldades, Agnés conseguiu escrever ou memorizar, para posteriormente colocar no papel, suas impressões de tudo ao seu redor. Sua precisão perfeccionista, seu tom irônico e ao mesmo tempo apaixonado pelo que fazia, sua incessante força de vontade e a maneira com a qual ela lidou com seus martírios por quatro anos, quando foi libertada pelos americanos, levam o livro a ser simplesmente surpreendente. Afora isso, a forma despudorada com que ela escreve sobre tudo de podre que acontecia no regime nazista, além do fato de ela ignorar o sentimento de medo, só podem provar que Agnés Humbert foi, de fato, uma das mulheres mais corajosas e fortes da humanidade.

Morreu em 1963, devidamente condecorada com uma medalha de Guerra pelo heroísmo vivenciado. É extremamente satisfatória a leitura de uma obra desse quilate, uma vez que sagacidade, inteligência e força feminina são somadas brilhantemente.




Beijos,
Luminosidade.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Radialistas.




Acredito que depois de ouvirem essa gravação, os caça-talentos ficarão surpresos com o nosso dom.





Luminosidade.

domingo, 17 de maio de 2009

Exemplos.

Bem-vindos de volta, caros leitores.


Há muito uma vontade avassaladora de escrever não me atingia. Estranho, até, uma vez que eu deveria me alimentar dessa ação. O fato é que temas não me ocorriam, minhas ideias estavam pobres, eu me encontrava amorfa. Felizmente, o desejo foi resgatado, desencadeado pela satisfação de ser tocado por algo que alguém fez ou por alguém que fez algo. A admiração de um trabalho incrível.

É da natureza humana inpirar-se e espelhar-se em alguma coisa para trilhar seu próprio caminho. Exemplos de vida e de trabalho são traçados para que outros possam segui-los. Sempre existe alguém que serve de modelo para outrem. E assim as pessoas vão vivendo, apoiando-se em conceitos de perfeição já estabelecidos. Até que outro alguém faz melhor do que o modelo anterior. Inicialmente, há resistência; em seguida, aceitação. E, assim, o mundo evolui.

É óbvio que existem aqueles que se recusam a ser iguais aos outros, e querem sempre fazer a diferença. Naturalmente, é graças a eles que as diversidades e os melhoramentos surgem. Mas, no fundo, esses "diferentes" acabam por resgatar algo do que se entendia por melhor anteriormente.

Acabo de assistir ao tão famoso filme "Capote", que conta uma parte da história de Truman Capote, o jornalista mais conhecido dos EUA, talvez do mundo, que revolucionou a literatura nos anos 60. Não vim aqui para escrever sobre o filme ou mesmo sobre o livro "A sangue frio", que tornou tal jornalista um dos mais consagrados da História. Ainda não tive a chance de lê-lo. Pretendo, sim, mostrar a minha admiração pelo trabalho desse homem, que, a partir de hoje, é meu exemplo.

A "receita" básica que se espalha pelo mundo para ser um bom jornalista é a seguinte: apenas misture curiosidade, objetividade, neutralidade, amor pela profissão e uma boa escrita e, voilá, serás um profissional razoável.

Todavia, quem quer ser somente razoável? Ninguém! Eu não quero. Acontece que ser um jornalista não é apenas retratar o factual, o corriqueiro, o banal. Porque tudo isso é vida. Todo jornalista é alguém. Alguém com conteúdo, emoções, sentimentos, ideias. O bom jornalista não é aquele que não se envolve com nada, que está sempre alheio ao interior das pessoas ao redor. Não. É aquele que consegue perceber que os outros estão vivos. É aquele que compreende os vários lados do prisma que é o homem.

E foi isso que Truman Capote fez em seu último livro. Sim, o livro era um "romance de não-ficção", em suas próprias palavras, e, logo, exigia uma abordagem diferente. Entretanto, o que é admirável é a capacidade que ele teve de conquistar as pessoas que precisavam atravessar seu caminho. A princípio, sua lábia era premeditada. Mas, na medida em que ele se envolve com o enredo, com o caso, com os assassinos, Capote vai se tornando cada vez mais sensacional. Ele constrói uma amizade com os réus, amizade esta que vai te custar a paz. Como "bom jornalista", seu dever era acabar com ela, retornar à objetividade. Em vão, tentou. Era tarde demais. Ele já estava emocionalmente envolvido. E assim ficou para sempre, mesmo após a morte por enforcamento dos culpados. Provou, dessa forma, que ele sentia.

Para mim, isso é um Jornalista, com letra maiúscula.
Porque envolver-se não é errado. É humano.




Luminosidade.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

O terror dos novos tempos.

Boa noite, caros leitores.

Sabem aquela velha constatação de que verdades absolutas não existem? Sim, elas existem. A primeira delas que detectei foi a de que só valorizamos algo quando realmente o perdemos. Pode parecer um clichê, mas nunca estive tão certa de que essa afirmação é verdadeira. Não, não falo de amores perdidos, amizades despedaçadas ou de uma cinturinha fina invadida pelas gorduras localizadas. Tenho certeza de que meus leitores identificar-se-ão com meus sofrimentos.
Somos invadidos por tecnologias cada vez mais impressionantes todos os dias, mas, se pensarmos direito, veremos que não conseguimos viver essas mudanças. As novidades chegam tão rápido que não temos tempo de assimilá-las completamente, apenas engolimos do jeito que vêm, mal as digerindo. É o mesmo que viver um tempo histórico importantíssimo, como uma guerra, por exemplo; ao longo da nossa vida, é como se esses dias fossem como outros quaisquer. Entretanto, quando olhamos para trás, realizamos que aqueles dias, aquelas manhãs tão convencionais para nós, foram momentos que marcaram a história do mundo.
Enfim, todo esse blá, blá, blá foi para frisar a minha contestação. São óbvias as vantagens de tantas coisas eletrônicas, mas é inegável que a probabilidade de esses objetos, que estão prestes a ser dotados de raciocínio (se não já são), quebrarem é enorme. E, então, quando pensamos que estamos no paraíso, em plena conexão com o mundo através do nosso computador ultra, mega moderno, eis que surge o grande problema desses elementares companheiros. Boom! Eles dão pane! Pane! E te deixam ali, abandonado, sofrendo, desatualizado, fora do mundo! Sim, eles te expulsam da vida na Terra! Por que fazem isso conosco? Mostram-nos tudo de melhor que eles podem oferecer e depois arrancam isso de nós como se fôssemos crianças cujo doce não pode ser comido! É uma triste realidade. E isso acontece com computadores, celulares, DVDs, ipods, e outras tecnologias mais modernas ainda.
O que me resta a fazer é lamentar, chorar, desesperar-me. Nessas horas só consigo enxergar os malefícios dessas aberrações da natureza. Por que diabos não continuamos com nossa forma de escrita tradicional, o nosso velho correio e todas as velhas coisas antes dos objetos eletrônicos? Tudo bem, eu sei o porquê. Mas eu preciso desabafar enquanto não consertam o meu notebook. Boa sorte com suas modernidades malvadas. E que inventem algumas dessas coisas inquebráveis!




Boa Semana Santa Insana,
Luminosidade.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Sempre Kid.

Não vou mais falar de amor
De dor, de coração, de ilusão
Não vou mais falar de sol
Do mar, da rua, da lua ou da solidão

Meu vício agora é a madrugada
Um anjo, um tigre e um gavião
Que desenho acordada
Contra o fundo azul da televisão

Meu vício agora...
É o passar do tempo
Meu vício agora...
Movimento, é o vento, é voar...é voar

Não vou mais verter
Lágrimas baratas sem nenhum porque
Não vou mais vender
Melôs manjadas de Karaokê

E mesmo assim fica interessante
Não ser o avesso do que eu era antes
De agora em diante ficarei assim...
Desedificante

Meu vício agora...
É o passar do tempo
Meu vício agora...
Movimento, é o vento, é voar... é voar



Meu vício agora - Kid Abelha.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Legalizar ou não? Eis a questão!

Boa noite, companheiros.
Aqui posto mais um de meus trabalhos feitos para a Universidade, mais uma vez com um tema que gera debates.


A polêmica erva conhecida como maconha, extraída do cânhamo, cientificamente nomeado de Cannabis Sativa, tem uma História cheia de controversos julgamentos, dividida entre o amor e o ódio dos que a conhecem. Desde que foi mencionada na forma de escrita, há mais de 2700 anos antes de Cristo, a dita planta oscila de heroína a vilã em diversos períodos. Inicialmente venerada por médicos por seus milagres de cura, a maconha foi marginalizada por aspectos sociais, morais, religiosos e econômicos que, como sempre, conseguiram ganhar maior destaque diante de uma hierarquia de valores dentro da sociedade. Ou seja, aquele que detém o poder consegue persuadir os que o rodeiam de acordo com seus próprios interesses; como a maconha foi trazida para o Brasil pelos escravos, diz a História, os senhores atribuíam a droga a tudo de negativo que os negros podiam suscitar. E os que acreditavam nas benfeitorias que ela poderia trazer acabaram repreendidos.

E assim é até hoje. Muitos nem sequer sabem os efeitos que a maconha traz ao ser humano, ou o papel de cura que ela representa no ramo da Medicina. Basta ouvir a palavra “maconha” que toda a carga histórica de rejeição vem à tona: drogas, tráfico, dependência, crime. É claro que nem tudo são flores quanto a isso. A maconha, como qualquer entorpecente, também pode fazer mal às pessoas. Cientistas afirmam que seu efeito é similar ao do haxixe, também extraído do cânhamo, só que em menor intensidade.

Feita uma retrospectiva do caminho percorrido pela maconha, passo a defender os meus simples, mas conclusivos, argumentos. Acredito que é uma ignorância o fato de cogitarem a possibilidade de acabar definitivamente com a maconha. Primeiramente porque ela consegue trazer resultados positivos em tratamentos medicinais. Só esse ponto já revela que o uso da planta tem fundamento. Médicos afirmam que ela pode ser usada no tratamento de efeitos colaterais de doenças mais graves como o câncer ou a AIDS, sendo útil como analgésico, também em transtornos neurológicos, náuseas e vômitos em conseqüência de tratamentos de cânceres, glaucoma, além de servir para estresse, insônia e como estimulante de apetite. Mesmo existindo outras opções para esses tratamentos, por que impedir que haja sempre outra solução? Afinal de contas, a proibição é em todos os níveis, desde o cultivo até o consumo.

Suponhamos que o uso medicinal seja permitido. Por que motivos, então, os consumidores não deveriam mais poder fazer uso da planta? Os defensores da proibição alegam que as drogas são autodestrutivas, que fazem mal ao ser humano, coisas assim. Ok. E o que as outras pessoas têm a ver com o que eu faço com meu corpo? Realmente a maconha pode trazer danos ao cérebro, como perda de memória recente, perda de equilíbrio, coordenação motora e percepção visual, mas os efeitos não são permanentes, duram de 2 a 3 horas. Mesmo nos que usam com muita intensidade e há muito tempo os efeitos a longo prazo são mínimos. A maconha também pode estimular o interesse por outras drogas mais perigosas, mas continua sendo um problema do usuário, ninguém deve interferir desde que as consequências só cheguem a ele. E o álcool, por exemplo? Também afeta o ser humano de alguma forma, e, ainda assim, é legalizado. Qual a diferença? Tanto um como o outro abalam a consciência do homem quando usados.

A grande questão é: os consumidores devem limitar as consequências do uso da maconha a si próprios. O problema surge a partir do momento que os efeitos da droga atingem o próximo, assim como o álcool é problemático para aqueles que não conseguem estabelecer limites e controlar suas próprias ações sob o efeito citado. Como estabelecer limites? Infelizmente, ainda não consigo responder.

O problema do uso da maconha é que seria um incentivo ao tráfico? Com a legalização, todos poderão comprar livremente, então a circulação não será crime. Tudo que é proibido é mais desejado, logo, mais feito. Deixemos as pessoas escolherem de acordo com suas vontades e necessidades. Mas, obviamente, respeitemos o espaço alheio.


É mais ou menos isso.
Boa noite, Luminosidade.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Êxtases carnavalescas.

Boa noite, leitores!


Volto hoje a escrever como alguém menos literário, mais realista, mais ponderado, menos sentimental, acredito eu.
Inspirei-me sobre esse assunto ao ler os desabafos de minha companheira Larissa Lima, que vem fazendo o mesmo que eu ao escrever o que tem vontade de gritar.
Enfim, ao assunto!


Várias coisas que permeiam o carnaval me chamam a atenção. Primeiro, de onde surgiram esses dias de comemoração? Por que a data é móvel? Como é calculada? Que outros países comemoram o carnaval? E, mais ainda, por que o Brasil leva isso tão a sério?


Por partes.


Pesquisando por aí, encontrei na revista Superinteressante de fevereiro de 1995 a explicação mais plausível para o acontecimento.
A festa é uma mistura de explosões de calor de diversos lugares do mundo. Segundo a revista, o carnaval surgiu no Egito, passou por Grécia e Roma, passeou pelos ritmos africanos, até se espalhar pelo resto do mundo, ganhando sua cara em cada nação. E, lógico, ganhou a intervenção da Igreja Católica, que, no século VI, "adotou essas festas libertárias, que invertiam a ordem do cotidiano, para domesticá-las". Como a Quaresma era um período de total abstinência de carne para os clérigos, a Igreja decidiu resumir as festas em 4 dias para saciar sua necessidade carnal. Daí vem o nome que conhecemos hoje.


Explanada a origem dessa data tão aguardada, entenderemos, ou tentaremos não nos perder em, como possivelmente ela é calculada. O mistério foi desvendado (ou falsificado) no site http://www.perguntascretinas.com.br/, que explica que o carnaval ocorre sempre sete domingos antes do domingo de Páscoa. Obviamente, é necessário entender quando a Páscoa ocorre, já que ela também não tem data fixa. Para descobrir em que dia ela ocorrerá, simplesmente deveremos observar "o primeiro domingo de lua cheia após o dia 21 de março, época em que ocorre o equinócio de março e, consequentemente, a mudança da estação. O equinócio é o ponto da órbita da Terra em que se registra uma igual duração do dia e da noite". Só para constar, esse fenômeno ocorre nos dias 21 de março e 23 de setembro. Entenderam? Mais ou menos assim.


Sim, outros países comemoram o carnaval, mas cada um a seu modo, claro. Assim como cada um tem sua cultura, tem também seu carnaval. Essa festa chegou ao Brasil no século XVII, imaginem, e chegou exigindo importância. E conseguiu. Como conseguiu!
As pessoas admitiram que o ano só começa verdadeiramente depois do carnaval. Tudo vem depois do carnaval. Tudo gira em torno do carnaval. Não tenha o que comer, mas passe bem o carnaval! Tudo pode, e deve, acontecer no carnaval! Embriaguez e insanidade? Lindo! Herpes, AIDS e altas taxas de natalidade? Há coisa melhor? O mundo para (o acento diferencial era essencial aqui!) para o Brasil, especificamente, no carnaval! Assim como nas Copas do Mundo, nas Olimpíadas e coisas do tipo. Em quantas datas mais o Brasil vai congelar os problemas ao seu redor? A fome, a violência, os desastres não esperam pelo axé da Bahia, o frevo de Olinda, o samba da Sapucaí!


Não encontrei melhor expressão para definir o que ocorre com as pessoas à época do carnaval. Êxtases carnavalescas.


E, SIM, eu amo o carnaval!
E que o Brasil só tome consciência, se um dia tomar, de que dá importância demais a essa festa quando eu conhecer todos os carnavais! Sem dúvida!





Beijos depressivos de fim de perdição,
Luminosidade.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

"A vila".

Cada vez fica mais claro para mim o quão é necessário às pessoas fugir de sua realidade lancinante. Aquela que realmente doi (sim, aprendi uma das novas regras), que faz com que imploremos pela fuga, que cria a necessidade de um ambiente hermeticamente fechado aos pesadelos terrenos.

E, é claro, tenho consciência de que esse assunto está saturado neste espaço, que todos entenderam meu ponto de vista.
Mas quero falar. Quero grudar minhas idéias tal como chiclete, e quero que mastiguem-nas e vejam que sabor elas têm.

Muitos acreditam que não há uma forma de escapar do que estamos fadados a aguentar. É a teoria mais plausível, temos de convir.
Entretanto, há quem encontre uma forma de enganar a si mesmo, de enganar as gerações posteriores, de tentar bloquear o verdadeiro, logo, o negativo.
"Sim, nós podemos".

Mentindo.

É a mentira a salvadora da pátria, por mais irônico que pareça.
É ela o invólucro do perfeito. Ao contar uma mentira criamos um mundo no qual queremos viver, e que os outros vivam também. Isso vale para qualquer dimensão dela. Não importa quem estamos enganando, nós ou os outros, mas o mentiroso sempre pensa no melhor para todos. É o que ele precisa acreditar.
Porque depois da mentira vem o fardo.
E o fardo é, talvez, mais pesado que a realidade devastadora.



Resta ao mentiroso escolher entre o real dilacerador e o mundo dos sonhos. Entre "a insustentável leveza do ser" e a eterna culpa.
É o que fazemos todos os dias.
Conscientes ou não.




Boa noite,
bem-vindos à vida!



Luminosidade.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Reflexões.

Vejo-me dividida entre exaltações e lamentos.
Tento ruminar, isso mesmo, ruminar, a falsa conformidade que insiste em martelar a minha cabeça. Claro, eu deveria aceitar.
Mais, exibir meu êxtase em contentamento. Não poderia pedir mais.
Ou poderia. Posso. Peço. Até quando? Sempre. Por quê? A vida nunca é o que esperamos que seja.


Divido meu riso com meu choro. Uma foto provoca acelerações cardíacas, ânsia de vômito, arrepios de insatisfação, sofrimento; exibe "alguéns" na mais perfeita cumplicidade de almas, desperta sentimentos pecaminosos. Devolve vida, enfim, à certeza do insuficiente eterno.


Órgãos comprimidos, pressionados pela tristeza do incompleto. Isso mudará? O tempo, até então, faz questão de afirmar que não. Nunca.


Enquanto isso, disparos. Aqui, no mundo. Mortes.
E lá se vão mais "alguéns" com suas esperanças evaporadas pela insensibilidade. Do homem, do tempo, da vida.


E choros. De nascimentos. De chegar a um mundo onde desejos nunca serão completos. Um mundo de aspirações e de poucas realizações.


Só quero poder compreender. E aceitar. Aceitar o que a vida pode me dar. E gritar. Gritar quando não aguentar mais.






Luminosidade.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Inspirações.

E sonhava em cruzar sua realidade com a mais branda das utopias...


Abafava. Não a sua gargalhada esporádica, raríssima, até, reação arrancada das tristes estripulias de seus amigos. Não amigos como os que conhecemos, mas amigos que compartilham do mesmo sofrimento, sofrimento este como único sentimento saboreado.
Abafava. Não o cheiro de fumaça, de lixo jogado na calçada, calçada cujo chão de cimento batido e desgastado compunha seu lugar nas noites.
Abafava. Não o cheiro da cola que pairava no ar vinte e quatro horas por dia, cola que servia como alimento, ao amenizar a fome nunca saciada.
Abafava. Agora, sim, seu choro, sua tristeza pela inevitável submissão que sofria, pelo destino indiscutível.
Abafava. Abafava com dor e com ódio aquele grito que deveria dissipar seu martírio, grito que nunca pôde dar.


Sabia ela o motivo de seus sentimentos tão contraditórios?
Não. Simplesmente não conseguia compreender, não enxergava a dimensão daquelas injustiças, dos olhares tortos e enojados que recebia.


Apenas sonhava. Deveria existir algo melhor. E perdia sua inocência. Aos poucos, cada vez mais rápido. Deveria existir algo melhor. Quero algo melhor. Alguém me ofereça algo melhor!


E, de manhã, intercalava seus pedidos aos passantes com as brincadeiras com sua boneca em frangalhos. E, de noite, intercalava sua cola e seu fumo com a violência dos homens sem escrúpulos.


Não só dos homens. Da sociedade sem escrúpulos.
Clamava pela compreensão, pela compreensão do seu psicológico conturbado e ignorado.


E sonhava em cruzar sua realidade com a mais branda das utopias...








Luminosidade.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Reforma ortográfica.

Boa noite, amigos!


Em meio a uma tempestade formada por mundanças diárias de galho para galho e por uma gripe iminente, lembrei-me que tenho um blog e que gosto de escrever nesse tal singelo espaço. Entendam como quiserem.
Enfim, o que me traz aqui hoje é a vontade de reclamar da reforma ortográfica recente. Como eu a julgo inútil, Santo Pai! Sinto-me revoltada, estou detestando isso. Simplesmente por dois motivos que explicarei da mais breve forma possível.
Primeiro, demorarei bastante para aprender todas as novas regras. E todos os anos que passei estudando as antigas? Quase que desperdiçados, não fossem as que ainda vigorarão.
Segundo, (como eu tenho ódio dessas malditas, quase não consigo escrever o porquê da minha revolta!) algumas dessas novas regras vão fazer o favor de deixar de diferenciar quem sabe de quem não sabe escrever! Ou seja, misturar-se-ão estúpidos e desinteressados com estudiosos e bons usuários da língua portuguesa! Revoltante!
Sabem o que é pior? A extinção do acento diferencial em alguns casos, por exemplo, eu já sei que vai ser necessária, mas, mesmo sabendo disso, eu não sei se escrevo com ou sem eles, já que eu também não tenho como saber se o meu leitor sabe da nova regra e se ele vai achar que eu não sei usar o acento diferencial! Deu para entender?
Que seja!
Acredito que essa unificação da gramática dos países que falam português é conversa para boi dormir e para fazer-nos de idiotas.
Defendo que a língua é mais uma forma de expressão de cultura, e as mudanças ocorridas nos países, especialmente os colonizados, fazem parte dessa formação cultural!
Apenas fico triste. Muito triste. Todo mundo vai escrever quase que em um mesmo nível. E minha carreira de jornalista pode estar em perigo!
(Pausa para o drama).
O que posso desejar são pêsames para aqueles que ainda prezam pela boa escrita, e parabéns aos que conquistaram equiparidade com os bons nessa arte, sem esforço algum! Incrível!
Rá.
Soube que temos até 2012 para nos adaptar, espero conseguir até lá.

Última lamentação: como eu estimava os acentos diferenciais, Deus...
É isso (extraia metade do exagero deste post e estará próximo à realidade dos fatos).

Boa noite.
Luminosidade.